E ontem foi o dia.
O fatídico dia do meu primeiro acidente de trânsito.
Bom, o que dizer? Que estávamos indo pra PUC, que estávamos parados de moto no sinal vermelho, que veio um carro andando chutado e por causa disso não conseguiu frear a tempo e nos atingiu com tudo? Tudo isso num lugar que tem um sinal vermelho e no mínimo duas placas indicando 60 km/h?
Parece besta, eu sei. Mas foi bem assim. Ouvi o freio do carro, pensei "pronto" e nisso já senti o choque. Minhas pernas foram jogadas pro ar e até cair, uns 3 ou 4 metros adiante, parece que levou uns cinco anos, no mínimo, porque você não faz idéia da quantidade de pensamentos que podem passar pela sua cabeça em horas assim. Não, não vou dizer que a minha vida passou pelos meus olhos e mimimi, só o que eu pensei foi nas estatísticas (sou normal?) que mostram o quanto é raro sair de um acidente de moto sem nem um arranhão, na UTI do HPS lo-ta-da de vítimas de acidente de moto e que a gente teria muita sorte se não acontecesse nada grave. E esperei o impacto.
Levantamos, verificamos que estávamos bem os dois, fora o susto, imenso. IMENSO. Logo depois do namorado ter levantado e passado um sabão no motorista, que não saía de dentro do carro, não tirava as mãos da cabeça e nem a expressão de "ai, meu Deus, vou gorfá!" da cara apareceram várias pessoas de moto pra nos ajudar, dar conselhos sobre legislação de trânsito, dizer pra gente não mexer na moto, pra não beber leite depois de comer manga. Uma moça, de capacete rosa perguntou se eu tinha me machucado e disse que só hoje é que eu começaria a sentir a dor e que ia parecer que eu tinha levado uma surra - Muito certa ela. Não senti nada na hora, só a ardência nas costas do atrito contra o asfalto, hoje tô sentindo dores na coxa, nas costelas e no pescoço. - Achei bacana a solidariedade que existe entre esse pessoal.
Daí apareceram os fiscais de trânsito, que depois das formalidades, conversaram comigo e perguntaram se eu queria sentar enquanto a gente esperava a BM pra fazer o boletim de ocorrência. Já tinha escurecido quando os policiais chegaram. Nisso, a mãe, a tia e o Fernando, namorado dela já estavam lá também. O Arno e o motorista do carro fizeram um acordo pra que ele, como responsável pelo acidente, arque com todas as despesas do estrago da moto, que foi quase nada. Já a frente do carro ficou destruída e o Fernando estimou que ele vai gastar mais de mil reais no conserto. Azar dele, que nem pôde questionar a cagada que fez.
E foi isso. Não fui pra Puc assistir umas palestras que, no mínimo, não me chamavam nenhuma atenção (conveniente, não?) e mais tarde fomos caminhar um pouco e comprar um cachorro-quente ;)