06 setembro, 2007

Em Tarumã

Existem certos acordos tácitos quando vc decide namorar alguém do sexo oposto. Esses acordos incluem coisas como acompanhar seu querido em eventos automobilísticos e subir barrancos (don't ask).

Pois bem. Meu namorado estava louco pra assistir as duas primeiras etapas da GT3 no autódromo de Tarumã, aqui perto. GT3, pra quem não sabe, é uma corrida com carros fodões tipo Masserati, Ferrari, Lamborghini e mimimi. Namorada querida que sou, resolvi acompanhar o moço, achando tudo o máximo. E realmente foi, tirando o fato que a corrida começou meia-hora antes do programado e ninguém entendeu (porra nenhuma) nada até que um piá de uns sete anos começou a narrar o que estava acontecendo enquanto o meu namorado corria pelo autódromo inteiro junto com todos os outros caras pra tirar fotos dos carros. Pra me fazer (parar de encher o saco e deixar ele correr atrás da ferrari à vontade) feliz ele me comprou um picolé de limão super-inflacionado.

A corrida já estava terminando quando ele me convidou pra ir ver a chegada. Tudo bem, lá fomos nós atrás da linha de chegada. Claro que eu deveria ter desconfiado quando ele perguntou o caminho pro segurança dos boxes e o tal disse que tinha um ATALHO. Aprendam: Atalhos são maus. Sempre são maus. Evite atalhos! Mas não, não fui capaz de seguir meu instinto e me joguei junto com o excelentíssimo pro tal atalho. Quase chorei quando cheguei lá e vi que tinha um barranco enorme no meio do caminho.

Uma unha quebrada e dois acessos de labirintite depois, chegamos lá em cima. Vimos a chegada e pra descer o barranco? O santo ajuda? Então ele que me mandasse uma escada magirus porque eu não ia descer aquilo nem amarrada. E não desci. Fiz toda a volta, mas não desci. Achei que desafiar o barranco não valia sair de lá coberta de poeira, repetindo aquelas cenas de desenho onde o personagem rola montanha abaixo formando uma bola de neve. Sem neve, não rolo. Não tem o mesmo glamour.