29 abril, 2008

Cambará no feriado de Tiradentes

Relatei aqui meu drama em ser a responsável por fazer as reservas. Como esperado, do mato não saiu coelho nenhum e namorado acabou precisando ajeitar as coisas. Como era sexta-feira e já não havia vagas em nenhuma pousada de Cambará, decidimos ficar por São Francisco de Paula. De todas as pousadas que namorado contatou, apenas uma ainda tinha vagas.

É claro que fiquei pensando "Ui, que beleza. Será que tem poucas pulgas?"

BullShit!

Já me preparando psicologicamente pra passar duas noites no meio das baratas, carrapatos e toda sorte de bichinhos nojentos, no sábado à tarde rumamos para São Francisco.

A pousada era ótima.




Cinco chalezinhos, todos bonitinhos, com lareira, jardinzinho. Pronto, amei. Instalamos nossas coisas, checamos as camas (porque toda cama de hotel é sempre melhor do que a minha?), ligamos a tv e assistimos o filme bonitinho que estava passando. À noite, saímos pra jantar. As opções eram reduzidas e acabamos optando pelo básico: Pizza.

Um adendo: Devido à gripe, eu não estava sentindo o gosto de nada. Ou seja, pra mim tanto fazia se a gente fosse comer fondue ou milhopan.

O atendimento da pizzaria era péssimo. Pra dizer o mínimo. Cortês, mas péssimo. E o lugar em si também não ajudava muito, parecia que eu estava jantando na casa daquela tia velha, sabe? Pois é. Pra coroar a noite, chegou uma turma de amigos ao restaurante. Um deles resolveu ir ao banheiro. Passou um tempo e nada do cara sair de lá. Nisso, um casal que estava sentado próximo ao banheiro, pediu pra trocar de mesa. Ahan. Exatamente isso.

Voltamos pra pousada, acendemos a lareira pra dormir e no outro dia acordar cedinho para visitar os cânions.

Ó, que ruim?

De manhã cedinho, lá pelas oito, fomos tomar café na pousada. E que café... Exatamente aquele que não conseguimos fazer todo dia, com sucos, café, leite, pão francês, pão integral, pão de leite, biscoitinhos, bolos, cereal, presunto, queijos, ricota, nata, geléia... Ufa. Que sacrifício. O resultado é que fomos almoçar só às 4h da tarde.

Matheus mandando ver no café...

Cactus bonitinhos na pousada
E saber que matei o que eu tinha, ironicamente, por falta de água...

Brinco de princesa
So last season...

Pegamos a estrada pra Cambará e de lá para os Cânions. Que estradinha miserável! Pedras, pedras, pedras. Pra ser mais precisa, 18km de pedras. Chegamos nos Aparados da Serra, pagamos os seis reais por pessoa mais cinco de estacionamento e escolhemos chegar ao cânion pela Trilha do Cotovelo. O guia do parque disse que eram 2 horas de caminhada, ida e volta, mas não acredito que tenha sido isso mesmo e, embora em São Francisco fizesse um sol gostoso de inverno, em Cambará o tempo tinha fechado pra valer.


Adoro acordar cedo...
NOT!


Casa da bruxa

Trilha de acesso ao cânion do Itaimbezinho

Mesmo assim, o Itaimbezinho impressiona e enche os olhos. Lindo.


Atenção às pessoinhas no canto à esquerda fazendo a dança do Siri
(tá, mentira...)

Na volta, paramos em uma churrascaria de Cambará para almoçar. Espeto lento seria um nome mas apropriado para a especialidade da casa.

Voltamos pra São Francisco. No meio do caminho, o Arno disse:

- Acho que a gente precisa abastacer.

Mas onde? Só o que se via era pasto, vacas, milho e pinheiros a perder de vista. Paramos numa cidadezinha chamada Tainhas. Pra entrar na cidade, o único jeito era atravessar uma ponte mal enjambrada, o que fizemos tremendo de medo que a maldita não aguentasse. Cruzamos com dois caras trêbados. Abastecemos, pagando 2,79 o litro de gasolina e voltamos pela ponte. Quem estava atravessando?

Os trêbados. O menos bêbado tentava ajudar o mais bêbado, que ia em direção à borda, ameaçava cair e voltava. Foram longos minutos.

Saímos da cidadezinha e erramos o sentido da volta. Pegamos a estrada para o litoral. A Amanda começou a cantar:

- Os três manés, sentido litoral...

Achamos um lugar pra fazer o retorno e pegamos a estrada certa.

- É muita terra... - O Arno comentou a respeito dos campos que a estrada cortava.

"Tudo isso que o sol toca, um dia será seu, Simba."
Se o MST não pegar antes.

Chegamos na pousada e só bem mais tarde saímos pra jantar. O escolhido da vez foi o Café da Martha, lá em São Francisco mesmo. A mãe foi de pastel de carne, a Amanda tomou um mocaccino e eu e o Arno escolhemos uma sopa de capeletti que estava uma delícia. Vendo a massa sequinha do pastel da mãe, não resistimos e levamos pra pousada um pastel doce cada um: Chocolate pro Arno e nozes com chocolate branco pra mim.

Pataiada atravessando a rua

Dormimos e no dia seguinte voltamos pra casa passando por Gramado e Canela, num tempo totalmente fechado. Tentei comprar ovos caipira, mas fiquei sabendo que as galinhas não estavam botando, daí só compramos queijo, salame e linguiça.

Tudo para seu conforto.

Feriado de Corpus Christi, tudo indica que iremos pra praia. Porto Belo, pra ser mais exata...

25 abril, 2008

Leave the message.

Sabe quando você faz uma coisa achando que é o melhor a ser feito e segundos depois surge uma vozinha lá no fundo que te diz:

- Vai dar merda, babe.

Não sei o que acontece com você, mas eu perco o sono, tenho pesadelos, amarroto o lençol todo por causa do sono inquieto, infernizo meu namorado e quase dou a vida por uma dose cavalar de carboidratos.

Vai dar merda, babe.
Vai dar.

18 abril, 2008

Namorado, mãe e irmã estão afim de visitar os Aparados da Serra nesse final de semana e me encarregaram da ingrata tarefa de procurar hospedagem para a tchurma. Mas, minha gente, gripada, com dor de garganta e uma dor absurda na batata da perna que me faz andar claudicante (rá!), cadê a paciência de mandar email, ligar ou o que for pra me informar direitinho sobre as coisas todas? Na real o que eu queria mesmo era não precisar ir à aula hoje para ficar lendo "Os Maias", porque até nos meus delírios à la Ferris Bueler, sou bibliófila, e fazer um sorvete de capuccino para então poder fazer algo que lembre, mesmo que remotamente, um milkshake de capuccino.

Meus desejos não são assim tão inatingíveis.

P.s.: Esses dias mezzo frio, mezzo calor me deixam confusa e, na maior parte das vezes, acabo congelando ou suando por não saber que roupa vestir. Um guarda-roupa europeu/caribenho pro dia-a-dia se faz muito necessário.

15 abril, 2008

Creepy.

12 abril, 2008

Sábado à noite

Temperatura amena, garoa bem leve lá fora, um livro de uma autora querida nas mãos e uma música gostosa.



"O pai sentou-a ao piano aos cinco anos,e, aos dez, Maurizia Rugieri dava o primeiro recital no Clube Garibaldi, vestida de organdi cor-de-rosa e botas de verniz, perante público benevolente, composto na sua maioria por membros da colônia italiana. No final da apresentação depositaram vários ramos de flores a seus pés, e o presidente do clube entregou-lhe uma placa comemorativa e uma boneca de porcelana, enfeitada com fitas e rendas.
- Nós a saudamos, Maurizia Rugieri, como um gênio precoce, um novo Mozart. Aguardam-na os grandes palcos do mundo - declamou.
A menina esperou que acabassem os aplausos e, spbre o choro orgulhoso da mãe, fez ouvir sua voz com inesperada altivez.
- Esta é a última vez que toco piano. O que eu quero ser é cantora - anunciou e saiu da sala arrastando a boneca por um pé. (...)"
Contos de Eva Luna, Isabel Allende.

Definitivamente, as saidinhas de sábado perdem terreno quando esse tipo de combinação acontece.

11 abril, 2008

Meu primeiro pão!


Foi fácil de fazer, com a batedeira planetária nova trabalhando direitinho. O pão cresceu pra caramba, ficou lindo, douradinho, macio, cheiroso, mas meio salgado para os meus padrões (certeza que errei a mão no sal). Característica que pode muito bem ser revertida usando manteiga sem sal, ricota ou, como namorado sugeriu, nata.

Adorei fazer pão!

A receita que segui foi essa aqui, tirada do blog da Ana Elisa.

10 abril, 2008

E agora?

Estava eu pensando em gastar uma graninha nuns livros aí. Novos, de preferência. O problema que me aflige é que é acabei de ver num sebo online que com esse dinheiro posso comprar uns 6 usados em vez dos 3 novos... E aí? Banco pra ver ou dou uma de "não acredito nessas modernidade"?

Agora dá licença que vou me iniciar no mundo dos pães e ainda preciso estudar Administração II.

05 abril, 2008

Rocambole Suíço de Chocolate, do Álvaro Rodrigues.

Foi um daqueles casos de amor à primeira vista. Sim, porque ele era lindo.

A Lílian viu a receita no Bem Família, resolveu experimentar e, porque é um amor de pessoa, trouxe um pedaço aqui pra casa. Sabe aquele rocambole que todo rocambole de padaria sonha ser? Pois é. Ele é. Não deu outra, resolvi testar. Receita em mãos, fiz a massa antes de sair pra faculdade, instruindo a mãe a não deixar muito tempo no forno. Quando cheguei, namorado destruiu todas as minhas ilusões com as seguintes frases:
- Teu bolo não deu certo. Ficou com uma casca dura e grudento por baixo.
Corri pra ver com os meus próprios olhos e realmente não tinha nada de exagero no que ele disse. A massa do rocambole estava grudenta e, por cima, tinha formado uma casca dura e espessa.

Ah, essa amarga decepção que uma cozinheira sente quando uma receita muito esperada simplesmente não acontece como deveria...

Dei tudo por perdido (leia-se ótimos ovos, chocolate e licor...) e fui dormir. No dia seguinte, resolvida a jogar tudo fora e tentar de novo, telefono pra Lílian.
- Poxa, tentei fazer o rocambole, mas não deu certo. A massa ficou grudenta e com uma casca dura.
- Ah, mas o meu também ficou assim!
- ...
- Ahan. Daí, como eu não queria perder a massa, eu peguei ele todo esfarelado mesmo e comecei a colar em cima do papel alumínio. Enrolei, coloquei na geladeira e deu certo, né? Nem dá pra perceber...
- Lílian, tu não imagina como eu fico feliz em ouvir isso...
Ela me fez lembrar de colocar em prática um dos mandamentos mais preciosos de uma boa cozinheira: Não se deixe abatar que quase tudo tem salvação! As Tarte Tatin e os Petit Gateau do mundo não me deixam mentir...

Claro que eu não vou sair por aí transformando uma lasanha fracassada em souflê, uma ambrosia queimada em crème brülée (ih, rimou...), mas naquele momento a perspectiva de que o rocambole ainda tinha salvação, me encheu de alegria.

Abstraindo o fato de que a vó tinha atacado a massa "perdida" à colheradas, desenformei com todo cuidado possível e mandei bala.


1. Os ingredientes do recheio, todos bonitinhos, esperando a delicada operação de desenformar a massa do rocambole.
2. A massa feinha, feinha, causa do meu desespero.
3. As colheradas da vó, no canto direito que não está lá.
4. A casca que se formou sobre a massa.
5. Recheio devidamente empregado (esqueci o coco!!!).
6. Na geladeira, empacotadinho.
7. Já com a cobertura e decorado com cerejas e treliças de chocolate feitas por mim (Fala a verdade... Sou praticamente uma artista plástica, né?).
8. Vista aérea e prova de que uma boa receita às vezes se camufla num desastre irremediável.

Receita do rocambole aqui.
Vai com fé que o Álvaro é o cara.

04 abril, 2008


Quando a bruxa anda solta na cozinha...

Comecei os preparativos para o antepasto às oito horas da noite. Considerando que devia deixar as beringelas descansando por duas longas horas, era de se esperar que eu fosse dormir antes da meia-noite deixando as bichinhas incólumes até a manhã do dia seguinte. Mas, não. Esperei as duas longas horas, em que as beringelas deixaram todo o amargor dentro de uma panelinha e me dediquei à tarefa de preparar o tempero do antepasto, enquanto namorado formatava um computador.

Foi mais ou menos por aí que percebi que tinha cometido um erro crasso, quase desesperador. Na pressa de descascar e cortar as beringelas, fatiei tudo no sentido do comprimento e esqueci que elas tinham que ser cortadas em pequenas tiras. E o mau humor tentando cortar em tirinhas as fatias murchinhas e escuras de beringela, rezando pra não ter afetado a técnica do sal?

Tudo cortadinho à perfeição, temperos na panela, resolvi usar um punhadinho de uma pimenta calabresa que tenho no armário. O potinho onde a pimenta veio, vem adaptado com um moedor, que não está funcionando, então o remédio, depois de algumas tentativas fracassadas, foi pedir para o namorado desconjuntar o pescoço do moedor, pra que eu pescasse as pimentinhas com uma colher. Serviço feito, olhei dentro do potinho, aquelas pimentinhas sequinhas, aquele cheirinho e... ARGH!

Um vermezinho passeando bem feliz entre a pimenta.

Juntei toda a calma que me restava, depois de amaldiçoar até a última geração do fabricante da pimenta, olhei a data de validade e estava lá OUT/08. Uns bons seis meses de vida útil, não fosse o verme. Coloquei tudo no lixo e jurei jamais comprar tempero em potes bonitinhos. Tempero bom é tempero de casa ou, no máximo, comprado em saquinhos com uma boa visibilidade do conteúdo.

Usei pimenta-do-reino pra temperar o antepasto, deixei esfriando e fui dormir, passando da meia-noite. Hoje de manhã guardei o antepasto num pote de vidro, com bastante azeite e fechei bem. Final de semana vou fazer umas torradinhas e conferir o resultado.

Receita do antepasto aqui.


02 abril, 2008

"My Blueberry Nights"

A Martha Medeiros, na coluna dela de hoje, na Zero Hora, foi quem levantou a bola. Filme estrelado por Norah Jones, fazendo parzinho com Jude Law ao som de Cat Power, com a linda "The Greatest" (essa música é de chorar de linda...), e Ry Cooder? Corri pro Youtube na hora! Como é que eu não sabia nada sobre esse babado, poxa? Assisti o trailer, achando tudo lindo, clima de road movie (bom saber que o gênero sobreviveu depois do atentado que foi aquele filme da Britney-enquanto-virgem-Spears) e... Opa! Como assim Natalie Portman fazendo o papel de uma doidinha? Morri.

Entrou na hora pra minha lista de estréias super aguardadas, junto com o Indiana Jones e Estômago.