02 agosto, 2007

O fim (oficial?) da via crucis

Juro que estava bem mais calma hoje. Noite passada, deitei na cama e dormi como um trator. Sim, porque, de acordo com o Arno, ronquei horrores, devido ao meu nariz completamente congestionado e ao cansaço desses dias loucos. Acordei bem, tomei um banho quentinho, comi granola com iogurte e banana picada (Bah! Sério?! Que novidade!), almocei um nada, a tia e o Arno foram buscar o carro no conserto e depois saímos eu, a mãe, a tia e o Arno pra ir até o HPS ver o vô, - que vai receber alta sábado!! (momento pulinhos de felicidade) - levar a vó no cartório pra assinar um dos 1457 papéis que eu preciso e depois juntar tudo e tocar fogo levar na Puc. Sim, esse seria o plano original, mas não esqueçamos que esse blog é meu, lembra? Eu, a Dani do pneu furado, do policial comédia da delegacia, do cogumelo de fumaça e blablabla. Situados que estamos, continuemos.
Chegamos no HPS, demos um oizinho pro vô e recebemos a notícia de que ele tentou fazer o que nem os detentos que estão internados na mesma ala que ele ousariam: Fugir. Contou a vó que ela chegou no hospital de manhã e ouviu de um dos seus novos amigos com ampla ficha criminal, o Bira:
- Tia! O vô tentou fugir essa madrugada!
O Bira é um presidiário que dia desses, ao me ver colocando sal na sopa do vô começou a falar "Hmm... hoje eu quero tomar sopinha. Tô doentinho". Morram de inveja do meu admirador-vida-bandida.
Depois as enfermeiras confirmaram a história:
- Ahan! O Bira viu ele tentando sair da cama e gritou pra gente "O vô tá tentando escapar!"
Tipo, certeza que o vô deve ter ficado muito puto com ele.

Depois da visita, documentação da Puc prontinha, entramos todos no carro para... descobrir que o cabo do acelarador (prazer, Dani) tinha arrebentado. Não tenho a menor vergonha de dizer que abandonei o barco. E levei o Arno junto comigo. Deixamos a mãe e a tia no carro esperando o socorro mecânico do meu tio e pegamos uma lotação pra Puc. Lá, obtive, mais uma vez, a confirmação de que eu tenho um SENHOR senso de direção (só entrei na Puc duas vezes, a primeira em 2001 e a segunda há oito dias) e encontrei rapidinho o prédio e a sala que fica o pessoal responsável pelo Prouni. Fiz o pré-cadastro no site deles e o atendente me disse que ele ia me pedir os documentos um por um e eu entregaria, passando pelas trocentas declarações que eu tinha. Pasmo com a papelada completíssima que eu levei, ele comentou com o colega dele lá:
- Bah... Eu queria que todos que eu atendi fossem que nem ela. Tem tudo aqui!
Sei lá... interpretei como um bom sinal, mas não vou me empolgar, não. Melhor esperar o resultado.

Saímos da Puc às sete da noite, pegamos o ônibus até o HPS, onde ainda estavam a mãe, a tia e o cabo do acelerador gentilmente amarrado com um barbante pelo meu tio, que dever ser um mecânico certificado pela... sei lá... Hot Wheels? Olha, de mecânica eu entendo o seguinte: Carro tem quatro rodas, um volante e anda por mágica. Pronto, acabou. Mas, pelo que eu pude entender, quando vc empurra o pedal do acelarador, vc puxa esse maldito cabo, que faz a aceleração. Como o cabo estava rompido, o tio amarrou um barbante, que matinha o carro acelerado permanentemente em espantosos... 10 km/h. Prestenção: Se vc sabe o que é cruzar a Venâncio Aires e a Osvaldo Aranha a 10km/h, com chuva, e andar na freeway a 35 km/h, no máximo, me avisa que precisamos fundar um grupo de apoio pra nos livrar do trauma, ok? Pra vc que não tem idéia do que é, te digo que é uma coisa mais ou menos assim: Dani olhando pela janela: Oi, árvore... meia-hora depois... tchau, árvore. Quase duas horas pra fazer o percurso que geralmente fazemos em trinta minutos.

Blog atualizado, documentação entregue, agora só quero minha cama. Por uns três dias, no mínimo.