"Fração" (ou "Como o denominador sempre acaba mal na história")
"Non, rien de rien, non, je ne regrette rien,
Ni le bien qu'on m'a fait, ni le mal, tout ça m'est bien égal.
Non, rien de rien, non, je ne regrette rien,
C'est payé, balayé, oublié, - je me fous du passé."
E eu ali. Precisando ouvir, precisando saber. Ter certeza de alguma coisa, ao menos, já que estava tudo indo pelo ralo e eu não podia fazer nada pra impedir. Ele respira fundo e, pra me fazer ficar, diz a coisa mais errada do mundo na hora mais errada do mundo. Então, com o gosto azedo da esmola na boca, eu mesma abro o ralo, pra apressar o fim e deixar escorrer pra longe. Pra muito, muito longe. Pra não voltar nunca mais. Mas esqueci que essas coisas sempre voltam, nem que sejam na forma de um fantasma sem noção de conveniência. E de lá, para onde eu o esconjurei, ele dá mostras de que ainda não me esqueceu e que pode voltar, sim. A qualquer momento. Nem que seja pra me fazer lembrar que eu posso mudar muito, mas ainda assim continuaria sendo a mesma. E que eu esteja preparada, ele ameaçou antes de ir.
"Non, rien de rien, non, je ne regrette rien,
Ni le bien qu'on m'a fait, ni le mal, tout ça m'est bien égal.
Non, rien de rien, non, je ne regrette rien,
Car ma vie, car mes joies, aujourd'hui -
Ça commence avec toi."