14 novembro, 2008

Sem chance pra fura-fila

Que o mundo tá cheio, lotado, transbordante de gente idiota, não é novidade nem pra minha sobrinha de 1 ano e meio. E isso porque logo que ela nasceu, eu fiz o favor de informar:

- Bia, bem-vinda ao mundo dos babacas. Honre seus genes e faça a diferença.

Mentira. O máximo que fiz foi apitar:

- Óoooounnn...

Em 24 anos de vida, óbvio que conheci muita gente legal, mas muita gente imbecil também, com variados graus de imbecilidade. Hoje, vamos nos reter ao mais insignificante. O imbecil fura-fila.

Já faz um tempo que queria escrever sobre ele, porque é um espécime que abunda na fila do ônibus que pego pra voltar da Puc. O que acontece é que existe um grupinho de pessoas por lá e, como eu disse, também existe uma fila. Somou? Pois é. Basta um exemplar do grupinho chegar na fila na frente de você e pronto. Se você era o terceiro, agora deve ser o vigésimo. A galerinha vai chegando, dando oi pro amiguinho e pum, passa na frente na maior cara lavada.

Tem gente que não liga, tem gente que fica p da vida, mas até hoje não vi ninguém falar "Oi, cheguei primeiro. Circulando!". Mas ontem... ah, mas ontem...

Já faz alguns dias que falta lugar no ônibus, quem sobra precisa ficar esperando o próximo (se eu pegar esse próximo, chego em casa uns 45 minutos mais tarde!), sendo assim, furar fila, que pra mim é a forma mais chula de tentar levar vantagem passando por cima dos direitos de outra pessoa, adquire outra dimensão.

Estava eu na fila quando vi alguns membros do grupinho na minha frente. Logo depois, chega uma guria e passa na minha frente pra se juntar a eles, que ainda alertaram "fulana, ontem não teve lugar pra todo mundo... não é legal furar".

O tempo foi passando, ela de vez em quando soltando um "ai, a fila tá imensa e eu furei descaradamente."

Warning! Warning! Don't point your fucking finger to crazy people.

Quando o ônibus chegou, a fina aqui deu uma batidinha no ombro da guria e quando ela olhou, simplesmente fiz um discreto sinalzinho de "pra trás, verme."

E ela foi. Claro.