13 abril, 2006

Quando a ansiedade da busca não mede as conseqüências da entrega

* Ele te conhece há dois meses e vocês vão se casar.

* Ele comenta que deseja abrir uma conta-corrente em seu nome, que quer depositar todo mês algum dinheiro pra você e pra sua filha de 15 anos. Você entrega seus documentos todos e ele volta dizendo que abriu a conta e que o cartão do banco chegará pelo correio em breve. Sua assinatura foi necessária pra abertura da conta? Nããão... ele conhece todo mundo, todo mundo o conhece, isso não é preciso...

* No mesmo dia ele comunica que colocou todos os bens dele no seu nome. Ele continuará administrando, mas a dona de tudo é você. Aproveitando que estava com seus documentos, ele foi até o cartório para providenciar o casamento.

* Ele diz que já que vocês vão casar em breve, precisam de uma casa nova. Na semana seguinte, ele dá a notícia de que a casa já está sendo construída: Dois andares, cinco quartos, três banheiros, academia completa com todos os aparelhos, onde você gastará seu tempo livre - já que ele não quer que você trabalhe pra não estragar suas unhas - piscina, churrasqueira e uma garagem enorme pra comportar os dois carros e a moto novinha que ele tem. Vinte pedreiros estão trabalhando dia e noite pra entregar a casa logo. Mas é surpresa, você só poderá vê-la assim que estiver pronta e totalmente mobiliada.

* Ele diz ser fotógrafo, desenhista, projetista de aviões, militar da aeronáutica aposentado, psicólogo e trabalha em uma câmara de vereadores.

* Você nunca foi na casa dele, mas ele sempre vai visitá-la. De bicicleta, porque ele sofreu um acidente de moto há seis meses e não pode dirigir os dois carros importados que tem na garagem. Você vai vê-los quando forem morar na casa nova...

* Mas, com razão, você está ansiosa e passa a insistir cada vez mais para conhecer o lugar onde vão viver. Ele acaba concordando e diz que no próximo sábado, irá levá-la pra conhecer a casa.

* Na sexta-feira, ele passa o dia inteiro sem atender suas ligações. À noite ele liga e, com uma voz bem baixinha, conta que sofreu um acidente e está todo quebrado no hospital.

- Que horror! Mas que hospital?
Ele não sabe.
- Mas o que você quebrou?
O braço. Não, a clavícula. Não, a coluna.
- Eu vou te ver!
Claro... ele vai mandar alguém leva-la até lá pela manhã.

* O dia seguinte passa e ele continua sem atender suas ligações. À noite, ele volta a ligar e diz que foi transferido para o hospital da aeronáutica, já que é militar aposentado. Não vale a pena você ir visitá-lo, porque o horário de visita é só de meia hora...

E você continua esperando...

Essa é uma história totalmente real. Bom, pelo menos o meu texto é.
O resto fica a seu critério. Eu apenas apresentei os fatos.