10 setembro, 2008

O andar da carruagem

Fui a duas entrevistas essa semana. Na primeira delas quase desisti antes mesmo de ir, quando o ônibus que me levaria até lá passou lotado e o outro que peguei por pouquíssimo não atropelou um casal de moto. Mas não tem nem como interpretar como um sinal, já que não é nenhuma chuva de sapos.

Cheguei lá e a recepcionista pediu que eu preenchesse uma ficha. Pode ser frescura minha (e provavelmente é) mas acho de um descaso isso de preencher ficha. Tipo, você mandou seu currículo, ele teoricamente foi avaliado e só assim te chamaram pra entrevista, então como se explica chegar lá e ter que preencher uma ficha com seu nome, endereço, cursos, conhecimentos, se todos esses dados estão lá à mão do entrevistador, bastando que ele apenas imprima o currículo que você mandou? As pessoas são tão pouco práticas às vezes...

Então, a remuneração era aquilo que constava na descrição da vaga mais alguns extras conforme algumas metas. O que não dizia na vaga era que a empresa trabalhava dois sábados por mês. Aqui cabe um parênteses:

(Já tive a experiência de precisar trabalhar TODOS os finais de semana, inclusive domingos, e posso dizer que não é uma boa pra quem vive a rotina trabalhar/estudar. Alguma coisa vai sair errado: Ou você vai acabar se desmotivando com a empresa ou suas notas vão ir de mal a pior. Os finais de semana são essenciais pra colocar os estudos em dia, os trabalhos e as milhões de coisas que um curso como o meu exige, o que obviamente não se consegue fazer durante a semana.)

Por esses motivos, e por alguns outros que não convém citar, já que são totalmente subjetivos, leia-se: só fazem sentido no contexto confuso dos meus pensamentos, fica meio óbvio que não me encantei instantaneamente com a empresa.

No dia seguinte, já tinha agendado uma entrevista no lugar onde um colega de faculdade trabalha. Quatro horas por dia, ótima remuneração. Trabalhar das 14h às 18h e de lá ir pra faculdade, ficando as manhãs livres pra estudar, começar academia, talvez, e dormir até um pouquinho mais tarde (course). Desci do ônibus e, meio perdida, resolvi perguntar a um senhor que estava atravessando a rua como se chegava até o local.

- Só um minutinho que eu já informo pra você. - E foi falar com uma moça.

Você.

Foi aí que eu percebi que o grupo que atravessava a rua estava junto. E era um grupo de turistas. Rárá. De todas as pessoas que eu podia pedir informação, eu pedi a um turista. Mandei bem. Logo, ele voltou com a dica:

- Você segue sempre em frente que vai achar.

- Obrigada. A propósito, sou francesa, tá?

Achei o lugar, fiz a entrevista e fui contratada. Simples assim. Começo amanhã. :)