Here comes the sun...
Minha relação com o sol sempre foi conturbada. Como eu digo, a genética fez tudo errado comigo: Me deu o temperamento de um ramo da família e a falta de melanina do outro. Ou seja, o pior de dois mundos. Quando eu era idiota, dos 14 aos 18, muito eu me rebelava quanto à dificuldade de me bronzear, omito aqui a parte de que NUNCA gostei de ficar assando ao sol. Acho tedioso e estúpido, mas pode, e deve, ser invejinha de quem vai na padaria e volta parecendo que passou 15 dias em Porto Seguro. Pois bem, nessa idade aí, eu me besuntava de qualquer bronzeador, óleo,
Nem preciso dizer que assando no primeiro dia, ficava absolutamente impossível tentar pegar sol nos dias seguintes. Por um tempo, até considerava a possibilidade do vermelhão sair e no lugar dele aparecer um douradinho básico, mas a esperança não durava muito tempo. O vermelho descascava e no lugar dele voltava o branco. E assim, porque até ser idiota cansa, eu desistia.
Então, chegou a idade do "se vira, nêga!", onde eu precisava trabalhar a qualquer custo. Como era estágio, férias (no verão, então!) eram um sonho impossível e o branco escritório passou a ser justificável, já que eu não saía de dentro de um. Foi aí que comecei a perceber as vantagens de ter poupado a pele alva durante tanto tempo. Minha pele continua ótima, enquanto gurias da minha idade já precisam dar um tapa de base/pó pro negócio ficar apresentável.
Sendo assim, assumi de vez o fato de que nunca vou ser uma morena jambo. Ter uma corzinha de saúde é lindo, ótimo, mas tomar sol além do que a sua pele aguenta é furada: Se hoje você está feliz da vida com sua cor terracota, amanhã as rugas, as manchas e a pele com aspecto de couro curtido vão te fazer querer morrer numa nota num peeling total hard extreme.
E é ótimo ter 23 anos e te darem 17...